Reunião Regional da SBPC em Tabatinga - Tabatinga / AM - 2009

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo

AVALIAÇÃO DOS TEORES DE NUTRIENTES EM TRÊS CAMADAS DE SOLO DE VÁRZEA, AMAZÔNIA CENTRAL

FAJARDO, Juan Daniel Villacis1 ALFAIA, Sonia Sena2 ANDRADE, Edifran Nascimento3 NOGUEIRA, Carlos Sergio Pessoa4 LIRA, Rosimere Braga5

1. Prof. MSc. Universidade do Estado do Amazonas CESI-UEA 2. Dra. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA 3. Aluno Universidade do Estado do Amazonas CESI-UEA 4. Aluno Universidade do Estado do Amazonas CESI-UEA 5. Aluna Universidade do Estado do Amazonas CESI-UEA

INTRODUÇÃO:

A calha dos rios Solimões/Amazonas tem um potencial de se tornar no futuro uma área importante da Amazônia para produção de alimentos, devido à alta fertilidade natural dos solos sedimentares que ocorrem nas margens destes rios. Do ponto de vista pedológico, os solos da várzea apresentam pouco ou nenhum desenvolvimento do perfil do solo e representam as ordens dos Neossolos Flúvicos, Gleissolos, Organossolos e Vertissolos, podendo ser eutróficos ou distróficos dependendo de sua localização topográfica, e da qualidade das águas e dos sedimentos que os inundam (Vitória et al, 1989; Embrapa, 1999). Nos últimos 25 anos, a ocupação das várzeas da Amazônia, tem se intensificado, especialmente com plantios de ciclo curto (feijão, arroz, milho, melancia, etc.), fibras (malva, juta) e hortaliças (couve, maxixe, etc), além das atividades mais tradicionais de pesca, pecuária, fruticultura e extração de madeira (Vieira, 1992). Na Amazônia, a maioria dos estudos sobre o impacto da agricultura na qualidade do solo foram feitos principalmente para as áreas de terra firme. O objetivo deste trabalho foi verificar a variação do pH, alumínio e dos nutrientes, nas camadas superficiais do solo em áreas de várzea alta e baixa da calha dos rios Solimões/Amazonas.

METODOLOGIA:

As coletas foram feitas durante o período seco. Após a definição das áreas a serem estudadas, foram amostradas cinco formas de uso da terra das várzeas: uma área de floresta natural em clímax, uma capoeira, três sítios, quatro roças e uma pastagem. A pesquisas foram nos municípios de Itacoatiara, Silves, Careiro da Várzea, Manacapuru, e Iranduba. Em cada sistema de uso da terra, foi demarcada uma área de aproximadamente 45 x 30 m, subdividida em três sub-parcelas, obedecendo a metodologia recomendada para a coleta de solos. As amostragens de solo foram efetuadas com o auxílio de um trado de 1,5 m, nas profundidades de 0-10, 10-20 e 20-40 cm. As análises do solo foram conduzidas no Laboratório Temáticos de Solos e Plantas do INPA. Para o cálcio, magnésio e alumínio a solução extratora foi KCl 1N. Para o potássio, fósforo, zinco, cobre, manganês e ferro, empregou-se a solução de Melich I (H2SO4 0,05M + HCl 0,0125M) na proporção de 5 g em 50 ml.

RESULTADOS:

Foi verificado que o pH do solo variou pouco em profundidade constatando-se uma acidez fraca, entre pH 5,0-6,0, que foi relacionada com uma atividade mediana do alumínio trocável presente nestes solos. Estabelecidos por Cochrane et al. (1985). Alguns macronutrientes caracterizados pela forma de cátions trocáveis apresentam-se em elevada concentração nos solos da várzea, existindo teores elevados de cálcio, magnésio e potássio. Os níveis de fósforo presentes em todos os horizontes da várzea foram muito elevados, com valores incomparavelmente maiores que os observados em outros locais da Amazônia, como os encontrados nos solos da “terra firme”. O mesmo se pode dizer para os micronutrientes, já que cobre, zinco, ferro e manganês depositam-se em grande quantidade nestes solos. Entretanto, foi verificado que no solo da várzea, estes nutrientes variam muito pouco entre as camadas do solo e somente para o cálcio as deposições nas camadas do solo foram significativas (Tabela 2), de modo que nas camadas superficiais de 0-10 cm há mais cálcio que nas camadas de 20-40 cm, confirmando, de certo modo, que o cálcio tem pouca mobilidade no perfil do solo (Marschner et al., 1990).

CONCLUSÃO:

Nos solos de várzea a distribuição de atributos químicos (K, P, Mg, pH, Al, Fe, Mn, C, N, Zn, Cu), considerando-se as camadas de 0-10, 10-20 e 20-40 cm, apresentam pouca variação, exceto para o cálcio, que se encontra em maior concentração na camada superficial do solo. Os ciclos anuais de inundação foram relacionados com a distribuição de nutrientes nas camadas, e, os cátions básicos Ca, Mg, K, Cu e Zn aumentam com a profundidade das camadas.

Trabalho de Professor de Educação Básica ou Técnica

Palavras-chave: Várzea, Nutrientes, Camadas.