Reunião Regional da SBPC em Tabatinga - Tabatinga / AM - 2009
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
AVALIAÇÃO COMUNITÁRIA DE UM PROJETO DE ARRANJO PRODUTIVO LOCAL (APL) EM PISCICULTURA
Francisneide de Sousa Lourenço1
José Nestor de Paula Lourenço2
Rosangela dos Reis Guimarães2
1. Curso de Agroecologia/Universidade do Estado do Amazonas
2. Embrapa Amazônia Ocidental
INTRODUÇÃO:
A opção pela pesquisa junto aos agricultores familiares da comunidade São Raimundo, no município de Maués e da comunidade do Ariauzinho, município de Iranduba, justifica-se como estratégia para subsidiar ações que busquem promover o desenvolvimento local sustentável e potencializar a agricultura familiar no Amazonas. O projeto avaliado trata-se de uma pesquisa de viabilidade da piscicultura em tanque-rede desenvolvido pela EMBRAPA nas comunidades citadas e, pode representar fator importante de desenvolvimento para as localidades, dependendo da forma como este foi incorporado pelos agricultores locais. A agricultura familiar é um importante componente do sistema de produção agrícola brasileiro, tanto no que diz respeito ao abastecimento interno e exportação, quanto na manutenção da oferta de ocupação e emprego rural. A dinâmica da agricultura familiar, com uma racionalidade econômica diferente da capitalista quanto às decisões de produção e de investimento dando ênfase na diversificação, na durabilidade dos recursos naturais e na qualidade de vida.
METODOLOGIA:
Os critérios de avaliação utilizados foram simplificados na intenção de viabilizar e incentivar a participação dos comunitários. Envolveu uma análise compreensiva sobre a operação com o objetivo de adaptar a estratégia e o planejamento às circunstâncias locais. Isto implicou em uma avaliação reflexiva que poderá conduzir a decisões fundamentais em projetos de estudos de arranjos produtivos locais. Foram utilizados indicadores previamente estabelecidos, e base de dados levantada pelo projeto. O levantamento das informações foi realizado nas comunidades São Raimundo, em Maués e Ariauzinho, no Iranduba com a realização de oficinas participativas de avaliação. Foram elencadas, questões norteadoras com vistas a ordenar a discussão e facilitar a análise dos dados, dentre as quais podemos citar: 1 – Como iniciou o trabalho?; 2 – Quais as dificuldades encontradas?; 3 – Quais os benefícios gerados pelo projeto?; 4 – Quais as modificações que você faria para adaptar a sua realidade?
RESULTADOS:
Na comunidade do lago do Ariauzinho, (50%) relatou que o trabalho iniciou através de reuniões com a comunidade, onde estavam presentes além da Embrapa outras instituições. 33% dos produtores destacaram apenas a Embrapa como instituição promotora da ação, e uma pequena parcela (17%) destacaram a figura do coordenador do projeto, como responsável pela ação. Já comunidade São Raimundo, em Maués, (78%) dos entrevistados destacou a atuação da figura do pesquisador e, cerca de 22% dos agricultores consideraram a Embrapa responsável pelo inicio da pesquisa. Em nenhuma comunidade entrevistada foi destacada a participação da comunidade no processo, utilizando-a como mera receptora da ação e não como coadjuvante da mesma. No lago do Ariauzinho todos os participantes afirmaram que a dificuldade do projeto foi de ordem técnica, ou seja, a construção de um aterro que está dificultando a saída da água do lago, diminuindo o oxigênio na água o que tem prejudicado o crescimento dos peixes.
CONCLUSÃO:
A avaliação comunitária com metodologias participativas de um projeto permite perceber, se o mesmo realmente é adequado àquela localidade, se a população assimilou as técnicas propostas e se os objetivos foram atingidos. Neste caso indicou a necessidade de uma continuidade da atividade para que se chegue a resultados satisfatórios através de respostas positivas por parte da comunidade e potencialize as cadeias e arranjos produtivos locais.
Instituição de Fomento: FINEP
Palavras-chave: Aquicultura, APL, Avalição comunitária.