(Agência SBPC) – “Física é a  ciência que trata dos componentes fundamentais do Universo, as forças  que eles exercem e os resultados destas forças”. Esta é apenas uma das  várias definições para o estudo da física. No entanto, qualquer uma  delas soa estranho aos ouvidos de jovens alunos do ensino fundamental  e, muitas vezes, do ensino médio. O problema tende a se acentuar quando  os professores começam a mostrar aquelas equações que mais parecem um  quebra-cabeça. Porém, para os alunos participantes do projeto “Casa da  Física”, aprender física é algo prazeroso e fácil. 
                                  
                                Coordenado pelo professor José Pedro Cordeiro, o projeto funciona  desde 2004 e atende mais de mil alunos por sábado, do ensino  fundamental e médio, vindos das escolas municipais e estaduais. O  professor conta que idéia da Casa nasceu a partir dos resultados  obtidos na Olimpíada Brasileira de Física, em 2003, quando foi  constatada a necessidade de um programa voltado para a melhoria do  desempenho de alunos do ensino médio em competições desse nível. Na  tentativa de mudar este quadro, ele fundou, em agosto de 2004, a Casa  da Física. “Nós sabemos que a experimentação, nas aulas de física, tem  sido considerada difícil e muitas vezes inexistente nas escolas. Os  alunos não encontram espaço para aprender com a prática. Então, como  tornar alguns conteúdos mais fáceis de serem apreendidos e ensinados?”,  questiona.
                                
                                  De acordo com o coordenador, o aluno precisa interagir com a  disciplina, e isso só pode ser feito por meio do experimento, ou seja,  de aulas práticas que traduzam para o aluno conceitos e equações  complexas. “É muito importante que o aluno interaja com a física. O  experimento facilita essa aproximação e o entendimento da equação. Ou  seja, após esse contato, a teoria se torna muito mais fácil, o  aprendizado prazeroso e, sem dúvida, o aluno passa a gostar mais de  ciência”, explica. Para funcionar o projeto conta com mais de 30  monitores, alunos dos cursos de graduação de física, ciências naturais,  engenharia da computação, estatística e outros. As aulas são  ministradas nas salas e laboratórios do Instituto de Ciências Exatas  (ICE) e contam com alunos da 1ª série do ensino fundamental a 3º do  ensino médio.
                                  
                                  Para Renata Jati, aluna da “Escola Estadual Sólon de Lucena” e participante do projeto há um ano, estar na Casa da Física tem 
                                  sido  uma experiência maravilhosa. “Aqui eu pude aprender muito, mas o melhor  é poder levar esse conhecimento para outras pessoas”. Sua irmã, Raiane  Jati, aluna da “Escola Estadual Antenor Sarmento”, que também está há  um ano, compartilha do mesmo pensamento e acrescenta: “gosto muito das  aulas porque elas me ajudam com as tarefas da escola”. Para Francisco  Augusto, aluno da “Escola Municipal Raimundo Gonçalves Nogueira”, o  projeto o ajudou a aprender matemática, facilitando o entendimento das  equações.
                                  
                                  A Casa da Física pode ser visitada na SBPC Jovem, em um estande  feito com mais de 20 mil garrafas PETs, localizado na Faculdade de  Estudos Sociais, setor norte do Campus Universitário da Ufam. Além  disso, o projeto também trouxe um planetário, cedido pelo Museu de  Astronomia e Ciências Afins, do Rio de Janeiro. De 14 a 17, das 15h às  20h, o público poderá, por meio de telescópio, olhar o céu mais de  perto. As observações serão supervisionadas pelo professor João  Batista, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
                                  
                                  
                                  Aldinéa de Paula, da Ufam, para a Agência SBPC