(Agência SBPC) – Entender como  a floresta pode valer mais em pé é o que o Governo do Amazonas, por  meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento  Sustentável (SDS), está fazendo para transformar o Estado num  diferencial para o resto do país. Este foi um dos objetivos da  conferência "Serviços ambientais e populações tradicionais", realizada  nesta quinta-feira, 16, como parte da programação científica da 61ª  Reunião Anual da SBPC, que acontece em Manaus, AM.
                                                      
                                                      Entre os palestrantes, a secretária da SDS, Nádia Ferreira,  destacou o tema da conferência como uma das pautas relacionadas a  questão ambiental do Amazonas devido a grande riqueza de recursos  naturais e humanos que devem ser valorizados.
                                                      
                                                      "As políticas ambientais do Amazonas são referências no tratamento  da questão dos serviços ambientais e na valorização das populações  tradicionais. Ao iniciar uma política ambiental, o governo visa não só  a valorização da floresta, mas a mudança de comportamentos, o estímulo  às boas práticas de conservação florestal e a qualidade da água e dos  modos de vida", enfatizou.
                                                      
                                                      Como exemplo de iniciativas, ela citou o programa experimental Bolsa  Floresta, realizado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que  oferece incentivos às populações tradicionais que colaboram com a  conservação do ecossistema amazônico. Citou ainda o Centro de Estadual  de Mudanças Climáticas (CECLIMA) e o Centro Estadual de Unidades de  Conservação (CEUC) como pólos de desenvolvimento de ações em benefício  do desenvolvimento sustentável no Amazonas.
                                                      
                                                      "Nesse debate sobre serviços ambientais, as populações tradicionais  adquirem uma relevância ainda maior por possuírem um cuidado especial  com o ambiente, lutando contra o desmatamento e a degradação das  florestas", destacou.
                                                      
                                                      As formas de pagamentos por serviços ambientais podem ocorrer por  meio de compensação. Uma delas é recompensa em dinheiro para os  mantenedores (conservadores) dos serviços ambientais, como forma de  reconhecer as populações tradicionais que possuem relação harmoniosa  com os ecossistemas. Outra é na firma de repasse em dinheiro ou em  benefícios que cubram os custos de oportunidade de atividades  econômicas que alterem ecossistemas relevantes.
                                                      
                                                      Para a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia  (Inpa), Vera Val, que participou como mediadora do debate, a  conferência serviu para mostrar aos interessados no assunto como um  sistema compensatório vinculado a um programa de política pública pode,  gradativamente, incluir socialmente essas populações de forma que todos  saiam ganhando. "A academia vê no desenvolvimento científico e  tecnológico e nos projetos de inovação aplicados nessas comunidades  meios ou alternativas de sobrevivência aliados à preservação", disse.
                                                      
                                                      
                                                      Ulysses Varela, da Fapeam, para a Agência SBPC.