(Agência SBPC) – O Instituto  Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tem se posicionado para ser o  principal centro de pesquisa e desenvolvimento nacional nas áreas de  espaço e ambiente. Apesar disso, a ligação intrínseca do Programa  Espacial Brasileiro com estudos relacionados a temas como agricultura,  Amazônia, meteorologia e mudanças climáticas são praticamente  desconhecidos pela maioria da população.
                                                        
                                                      “Ampliar a competência brasileira na engenharia de satélites,  aumentando a competitividade da indústria espacial nacional, faz parte  de uma política de produção de ciência e tecnologia que visa contribuir  com a qualidade de vida e qualificar o país como potência ambiental”,  afirma Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas  Espaciais (INPE). Ele abordou esse assunto nesta sexta-feira, 17, em  conferência durante 61ª Reunião Anual da SBPC, em Manaus (AM).
                                                      
                                                      “Nosso programa espacial deve refletir essa vocação ambiental e o  INPE tem se posicionado para ser o principal centro de pesquisa nessa  área. Para isso, a engenharia espacial constrói satélites para  responder a diferentes desafios científicos que necessitam de dados de  observação da Terra”, explica Câmara. Segundo ele, esses satélites  devem produzir dados sobre o planeta Terra e também subsidiar o  desenvolvimento de pesquisas para transformar esses dados em  conhecimento, produtos e serviços para a sociedade brasileira e para o  mundo.
                                                      
                                                      Programa CBERS – Os satélites de sensoriamento remoto são uma  poderosa ferramenta para monitorar o território de países de extensão  continental, como o Brasil. O Programa CBERS – Satélite Sino-Brasileiro  de Recursos Terrestres, que completou 20 anos em 2008, é um grande  sucesso junto à comunidade de especialistas de sensoriamento. Três  satélites da família CBERS já foram lançados, o último deles em 2007.  Até 2014 está previsto o lançamento de mais dois satélites.
                                                      
                                                      Desde junho de 2004, quando as imagens CBERS ficaram disponíveis  na internet, mais de meio milhão de imagens já foram distribuídas  gratuitamente para cerca de 20 mil usuários de mais de duas mil  instituições públicas e privadas, comprovando os benefícios econômicos  e sociais da oferta gratuita de dados. Em média são registrados  diariamente 750 downloads no Catálogo CBERS.
                                                      
                                                      As imagens CBERS são usadas em importantes campos, como o  controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, a expansão da  agropecuária, o monitoramento de recursos hídricos, o crescimento  urbano, a ocupação do solo, a educação e inúmeras outras aplicações.  Também é fundamental para grandes projetos nacionais estratégicos, como  o Projeto PRODES, que avalia o desflorestamento na Amazônia, o Sistema  DETER, que mensura o desflorestamento em tempo real, e o monitoramento  das áreas canavieiras do país (CANASAT).
                                                      
                                                      O CBERS fez do Brasil um dos maiores distribuidores de imagens  de satélite do mundo. Com o programa o país passou a dominar a  tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto. Até  então, o Brasil dependia exclusivamente de imagens fornecidas por  equipamentos estrangeiros. Os países da América do Sul que estão na  abrangência das antenas de recepção do INPE em Cuiabá (MT) são os mais  beneficiados por esta política. O download gratuito das imagens pode  ser feito no site do INPE (www.inpe.br).
                                                      
                                                      Múltiplos usuários - Além do conhecimento tecnológico, o  Programa Espacial Brasileiro também traz benefícios sociais. As  aplicações das imagens obtidas a partir dos satélites CBERS são as mais  variadas, desde mapas de queimadas e desflorestamento da região  amazônica até estudos na área de desenvolvimento urbano nas grandes  capitais do país. Entre os usuários destacam-se instituições como  Petrobras, IBGE, Incra, Embrapa e Ibama, além de organizações  não-governamentais e empresas de geoprocessamento. 
                                                      
                                                      
                                                      Da Assessoria de Imprensa da SBPC para a Agência SBPC