(Agência SBPC) – Dentro de  alguns dias a Polícia Federal em Corumbá (MS) e a procuradoria pública,  em Brasília, receberão uma carta da Sociedade Brasileira para o  Progresso da Ciência (SBPC). O documento pedirá que sejam revistos os  processos, abertos pela PF, em que dois pesquisadores brasileiros e  três norte-americanos foram acusados de crime contra a ordem econômica  e tributária e contra o meio ambiente. Pedirá também agilidade na  condução dos processos, uma vez que os norte-americanos tiveram seus  passaportes confiscados pela autoridade brasileira e, portanto, estão  impedidos de sair do Brasil.
                                                      
                                                      Os cinco pesquisadores foram presos pela PF quando coletavam  sedimentos na Lagoa Vermelha, 250 quilômetros ao norte de Corumbá.  “Eles tinham autorização do Ibama para fazer a coleta e o projeto de  pesquisa em que estão trabalhando conta com financiamento da Fundação  de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); trata-se de uma  atividade legal”, explica o professor titular aposentado da USP Umberto  Cordani. 
                                                      
                                                      Geólogo com reconhecimento na comunidade científica nacional e  internacional, Cordani foi o autor da solicitação à SBPC, da qual é  associado, para que a entidade encaminhasse à PF e à procuradoria  pública o pedido de revisão e agilidade no processo contra os  pesquisadores. “Eles estavam na Lagoa Vermelha coletando amostras de  sedimentos para um estudo sobre as mudanças climáticas, ou seja,  estavam trabalhando em um projeto de colaboração internacional para  ajudar a ciência a encontrar explicações para um dos maiores problemas  ambientais da humanidade atualmente”. 
                                                      
                                                      Os cinco pesquisadores são alunos de cursos de doutorado. Os  brasileiros estão vinculados à Universidade Estadual Paulista (Unesp),  no campus de Rio Claro, no interior de São Paulo. Já os  norte-americanos são da Universidade do Arizona. Os brasileiros ficaram  presos dois dias e os norte-americanos, nove. Foram libertados após o  pagamento de fiança.
                                                      
                                                      Além de tentar que os cinco pesquisadores não sejam levados a  processo na Justiça, a SBPC vai atuar junto ao governo brasileiro para  que problemas dessa natureza não voltem a ocorrer.
                                                      
                                                      
                                                      Da Assessoria de Imprensa da SBPC para a Agência SBPC